quinta-feira, 28 de julho de 2016

Quem tem boca faz networking


O fortalecimento do relacionamento com a rede de contatos é primordial para a sobrevivência no mercado de trabalho

Eliana Dutra*

Networking é fundamental para os profissionais | <i>Crédito: Pixaby

Networking é fundamental para os profissionais | Crédito: Pixaby


Diante da incerteza econômica o fortalecimento do relacionamento com a rede de contatos é cada vez mais primordial para a sobrevivência no mercado de trabalho. O famoso networking é sim uma vantagem profissional e pode ajudá-lo a conquistar o emprego dos sonhos. Contudo, é preciso entender que esses contatos devem ir além do hábito de colecionar cartões de visita e contatos no LinkedIn.  Trata-se de um investimento em longo prazo que deve ser constantemente alimentado. O problema é que na maioria das vezes você possui mais de 500 nomes na agenda, mas não tem liberdade para fazer um pedido a nenhum deles. Um clássico exemplo que quantidade não é qualidade.

Para resolver isso nada de tentar ativar os contatos de forma desestruturada e interesseira. É preciso diversificar os contatos, independentemente do nível hierárquico, procurando agregar na sua rede profissionais das mais diversas áreas e também aproveitar situações como reuniões ou eventos para puxar conversa sobre um assunto comum, como, por exemplo, sobre o local em que estão ou a respeito do tema da reunião. Além disso, não tenha medo de tomar a iniciativa. Perguntar algo é o primeiro passo para estabelecer um diálogo e mostrar seu interesse pelo outro. Faça um novo comentário aproveitando a resposta que recebeu para manter a conversa “aquecida”. Ao final do bate-papo ofereça o seu contato, seja e-mail ou telefone. 

Ficou com o e-mail do seu novo contato?  Então, envie uma mensagem no dia seguinte comentando o encontro, puxe assunto, por exemplo, sobre um livro que leu. Mas, o contato não pode acabar nessa ação. Ele teve ser mantido aquecido, ou seja, deve-se fazer constante manutenção dele através de movimentos simples, como: convite para um almoço, enviar um e-mail ou até mesmo ligar de vez em quando para que se mantenha no “radar” da pessoa. Assim, quando precisarem de alguma solução recorrerão a você e quando chegar sua vez de solicitar algo terá maior receptividade.

Contudo, é importante ressaltar que só isso não é suficiente, ou seja, não basta conhecer alguém que possa colocá-lo em uma empresa. É preciso também ser competente. Afinal, a indicação abre algumas portas, porém somente sua habilidade e comportamento profissional farão com que você consiga se manter na organização.

*CEO da Pro-Fit e Primeira Master Coach Certified pela ICF da América do Sul

terça-feira, 19 de julho de 2016

Até 2020, a depressão será a doença mais incapacitante do mundo, diz OMS


Transtorno ainda enfrenta preconceito, apesar de afetar mais de 120 milhões de pessoas
Cláudia Pinho, do R7
Getty Images
Ela chega de mansinho, assim como quem não quer nada. Num dia, você acorda triste, desanimado. No outro, bate uma sensação de vazio e uma vontade incontrolável de chorar, sem qualquer motivo aparente. A depressão é assim, um mal silencioso e ainda mal compreendido – até mesmo entre os próprios pacientes. Considerada um transtorno mental afetivo, ou uma doença psiquiátrica, a depressão é caracterizada pela tristeza constante e outros sintomas negativos que incapacitam o indivíduo para as atividades corriqueiras, como trabalhar, estudar, cuidar da família e até passear. 

De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), até 2020 a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo. Isso significa que quem sofre de depressão tem a sua rotina virada do avesso. Ela deixa de produzir e tem a sua vida pessoal bastante prejudicada. Atualmente, mais de 120 milhões de pessoas sofrem com a depressão no mundo – estima-se que só no Brasil, são 17 milhões. E cerca de 850 mil pessoas morrem, por ano, em decorrência da doença. 

Descrita pela primeira vez no início do século 20, a depressão ainda hoje é confundida com tristeza, sentimento comum a todas as pessoas em algum momento da vida. Brigar com o namorado, repetir o ano escolar e perder o emprego são motivos para deixar alguém triste, cabisbaixo. Isso não significa, porém, que o sujeito está com depressão. Em alguns dias, ele, certamente, vai estar melhor. 

O desconhecimento real do funcionamento desse transtorno afetivo é o principal responsável por um dos maiores problemas para quem sofre com a depressão: o preconceito. Para Marcos Pacheco Ferraz, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ele ainda existe e prejudica muito o paciente. 
- Principalmente no ambiente de trabalho, onde há competições e cobranças por bom desempenho, é comum as pessoas nem comentarem sobre a enfermidade. Nesses casos, o melhor é tirar férias ou licença médica. 

E não é só isso. A ignorância em torno da doença faz com que familiares e amigos, na tentativa de ajudar, piorem ainda mais a condição do depressivo. Frases como “tenha um pouco de força de vontade”, “vamos passear no shopping que melhora”, “você tem uma vida tão boa, tá com depressão por que?” e “se ocupe com outras coisas que você não terá tempo de pensar em bobagens”, funcionam como uma bomba na cabeça de quem já se esforça, diariamente, para conseguir sair da cama. 

- Isso mostra que as pessoas não conhecem o transtorno. Achar que é frescura ainda é comum. Elas não imaginam que o paciente não consegue reagir. Não depende de força de vontade. 

A designer C.N., 35 anos, que passou por uma depressão severa há alguns anos, sabe bem o que é isso. Mesmo trabalhando em um ambiente com pessoas bastante esclarecidas, ela cansou de ouvir esse tipo de comentário. E os efeitos eram devastadores. Ela conta que “até críticas sobre o meu médico eu ouvi. Uma colega disse que ele não devia ser bom, pois depois de um mês de tratamento eu já deveria estar curada.” 

- É incrível o poder que algumas palavras tem sobre o doente. A primeira coisa que as pessoas perguntavam era o motivo da minha depressão, pois eu tinha uma vida tão boa, uma família, filha, um casamento bacana, um emprego legal. O fato de não ter uma explicação para a doença me deixava péssima. Era um sentimento de culpa enorme. 

Por isso, Ferraz diz que é muito importante a participação da família no tratamento. Eles precisam saber o que devem e o que não devem fazer em relação ao doente. Para ele, “fazer com que todos entendam o mecanismo do transtorno e como agem os remédios é fundamental para o sucesso do tratamento. Ainda existe o mito de que antidepressivo vicia, o que é um grande engano.”
Fonte: http://noticias.r7.com